quinta-feira, 19 de junho de 2008

Esturjão em recuperação na zona do Mar Cáspio

Esturjão beluga está em vias de recuperação
O esturjão beluga, do que extrai o caviar mais apreciado do mar Cáspio, depois de anos de super exploração, parece em vias de recuperação, graças às medidas de proteção, indicou hoje, sexta-feira, em Genebra, a Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies Protegidas (Cites, em inglês). Segundo a Secretaria da Cites em Genebra "um maior número de peixes está desovando e uma proporção mais elevada dos capturados se destinam a reprodução em criadouros em vez da produção comercial de caviar".
A constatação que essa espécie se encontra em vias de recuperação é um dado muito positivo para os responsáveis da Cites, que autorizaram para este ano aos países ribeirinhos do Cáspio uma quota de exportação de caviar de 145,76 toneladas, das quais só 8,6 toneladas de beluga. O secretário-geral adjunto da Cites, Jim Amstrong, disse que após uma década de drástica diminuição do esturjão, o compromisso dos países ribeirinhos de aplicar "programas restritos" de controle deu resultado.
A Secretaria da Cites "está satisfeita com as quotas ligeiramente mais baixas de captura de esturjão e exportação de caviar atribuídos para esta espécie em 2003", que deveriam favorecer uma recuperação da espécie beluga que "precisa entre 11 e 17 anos para amadurecer", assinala um comunicado desse organismo. Acrescenta que "ao sacrificar algumas receitas imediatas, os governos da região demonstraram seu compromisso para conseguir que a pesca de beluga seja sustentável a longo prazo".
Amstrong indicou que os cinco países do Cáspio - Azerbaijão, Rússia, Cazaquistão, Turcomenistão e Irã - "fecharam várias instalações ilegais" de captura do esturjão para extrair as ovas com as quais se produz o caviar. Com 1.200 quilômetros de comprimento, 320 de largura e 371.000 quilômetros quadrados de superfície, o mar Cáspio produzia até há uma década 95% do caviar que se consome no mundo. No entanto, nos últimos anos caiu até 90% devido principalmente a redução do volume de água dos rios pela construção de represas, a destruição dos lugares de desova, a corrupção, a pesca ilegal, o crime organizado e o comércio ilícito.
A captura legal do esturjão para a produção de caviar, cujo comércio representa cerca de cem milhões de dólares anuais, no final da década pasada nas quatro ex-repúblicas soviéticas era ínfima comparado com a ilegal que se calculava entre dez e doze vezes superior. "O comércio ilegal é agora inferior", disse Amstrong ao indicar que as medidas adotadas pelos países do Cáspio melhoraram a situação e contribuíram inclusive para incrementar os preços no mercado. No ano passado, o preço de um quilo de caviar beluga alcançou o preço máximo de 4.348 euros (US$ 4.750) no mercado, disse Amstrong. EFE

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