terça-feira, 24 de junho de 2008

Energia Eólica e Efeitos nas Aves e Fauna

A exploração dos recursos eólicos em Portugal, esta inserido na política energética da União Europeia, que tem por objectivo dar resposta a duas preocupações fundamentais: o reforço da segurança do provisionamento energético e a necessidade de travar as alterações climáticas que se têm vindo a acentuar.
A energia eólica é um fenómeno recente em Portugal, o mesmo não se verifica noutros países, que já têm alguma informação relativa à monitorização biológica dos Parques Eólicos. Os Planos de Monitorização de Parques Eólicos melhoram a compreensão dos verdadeiros impactes sobre o meio natural, em especial sobre a Fauna e a Flora.
Actualmente os Parques Eólicos são susceptíveis de gerar efeitos ambientais negativos que devem ser minimizados ou eliminados. Os impactes que mais têm interessado a comunidade científica e o público em geral são, por um lado, a perturbação e o efeito de barreira causados pelos aerogeradores sobre as diversas espécies de aves, e por outro, a mortalidade destas e de morcegos, devido à colisão com as pás e torres dos erogeradores e outras estruturas associadas.
Portugal tem falta de uma estratégia clara respeitante à avaliação dos impactes ecológicos provocados pela implantação de Parques Eólicos, o que prejudica o património natural por falta de planeamento estratégico dirigido à preservação dos valores mais importantes.
Assim, se exige uma Avaliação Ambiental Estratégica, que permita um desenvolvimento sustentável da Energia Eólica de acordo com as políticas de Conservação da Natureza em Portugal.

Quais os impactos sobre as Aves e Fauna?

Os Parques Eólicos têm impactos negativos devido a sua localização, pois quanto mais próximas se encontrarem as turbinas de áreas de alimentação, migração, repouso e/ou nidificação de aves, maior a probabilidade de serem afectadas. Os impactes podem ser de dois tipos: directos, aqueles em que as aves colidem com as estruturas existentes no parque eólico e indirectos, devido a perda de habitat, perturbação, entre outras. É ainda importante ponderar os impactes associados à presença de vários Parques Eólicos numa mesma região.
Desde os finais dos anos 60, foi opinião generalizada que os aerogeradores teriam um efeito muito negativo sobre a Aves e a Fauna. Porém, a falta de estudos e a conclusões contraditórias contribuiu para que não se tenha obtido um conhecimento efectivo dos efeitos reais, o que tem vindo a gerar polémica entre as entidades implicadas.
Contudo, todos os estudos são concordantes com o facto de os impactes induzidos sobre as aves serem, sem excepção, considerados negativos, destacando-se a colisão directa de aves com os aerogeradores, embate e electrocussão nas linhas de transporte de energia e a perturbação gerada em áreas de nidificação, alimentação, migração e repouso.
No entanto, dos estudos realizados na Europa e E.U.A. concluiu-se que mortalidades em grande escala parecem estar associadas especificamente a zonas de importantes corredores migratórios ou de deslocações diárias muito frequentes, a zonas costeiras de grande abundância em aves e fauna ou a condições meteorológicas desfavoráveis.
De facto, e apesar de em muitos estudos efectuados a mortalidade de aves ter sido baixa (rondando a média de 1 indivíduo/aerogerador/ano), quando os Parques Eólicos se encontram instalados em zonas importantes para aves verificou-se o oposto.
Estudos recentes revelam que se tem vindo a registar um número cada vez menor de acidentes com aves em Parques Eólicos. Este facto parece estar relacionado com a evolução tecnológica dos tipos de aerogerador, ao maior cuidado no levantamento e resolução de problemas de natureza local e à adaptação do regime de funcionamento dos aerogeradores a condições favoráveis à minimização de acidentes.
O número de aves vitimadas em parques eólicos é bastante variável, oscilando desde de um mínimo de 0 a um máximo de 309 aves/turbina/ano. No entanto, á que salientar ainda que taxas de mortalidade baixas podem ser muito relevantes para populações de aves, especialmente para espécies de grande porte, com vida longa, baixas densidades, taxa anual de produtividade baixa e maturidade sexual tardia.

1 comentário:

INOVBLOG disse...

Sim Sr. a menina sabe...
Ta muito interessante e diferente, foi pena não encontrar algum erro, mas ainda vou ver se descubro algum,
Beijocas

Lu